Devido a um crescente número de praticantes de atividade física ocorre um aumento equitativo de lesões voltadas para o aparelho locomotor. Atualmente temos um número acentuado de pessoas que ao praticarem atividades físicas, o fazem sem orientação e pior entram em overuse.
Diante disso nos deparamos com dores nas pernas de corredores, saltadores e praticantes de atividades de impacto que podem ter várias causas: musculares, tendinosas ou ósseas.
Duas delas, apesar de apresentarem semelhanças clínicas, mostram graus de gravidade bem diferentes. São elas a canelite e a fratura por estresse.
As canelites se localizam na região posteromedial do terço médio para distal da tíbia, melhorando com o repouso e a dor também piora com o exercício, desaparecendo com o aquecimento e podendo ressurgir no final do treino
A canelite é causada por microtraumas em esforços repetidos no tecido conjuntivo que envolve o osso da tíbia – periósteo. Estas lesões podem agravar os sintomas ou resultar em uma condição mais grave, a fratura por estresse.
As fraturas por estresse são mais comuns no terço proximal ou distal da tíbia e a dor se intensifica com o exercício, a qual se manifesta tanto na percussão quanto na palpação óssea.
Acometem pessoas mais jovens como recrutas militares, bailarinos, esportistas (especialmente corredores) que são submetidas a intensa atividade física.. É notadamente mais frequente no sexo feminino.
Os riscos da fratura por estresse são influenciados por vários fatores que são divididos em:
- Intrínsecos gerais (sexo, idade, etnia e força muscular)
- Extrínsecos
- gerais (regime de treinamento, tipo de calçado usado, superfície de treinamento e tipo de esporte)
- biomecânicos (densidade mineral óssea e geometria do osso)
- anatômicos (morfologia do pé, discrepância do comprimento da perna e alinhamento do joelho)
- hormonais (menarca atrasada, distúrbios menstruais e contraceptivos)
- nutricionais (deficiência de cálcio e vitamina D, desordens alimentares e a tríade da atleta mulher)
Os exames de imagem e ai se incluem as radiografias também são fundamentais para se estabelecer o grau de acometimento e nortear o tratamento.
O tratamento inicialmente se faz a base de crioterapia e fisioterapia clássica , associadas a medicação anti-inflamatória a fim de reduzir a síntese de prostaglandinas e com isso diminuir os efeitos da inflamação; analgésicos, se necessário. Quando o quadro álgico estiver controlado se faz necessário exercícios de fortalecimento e alongamentos de membros inferiores.
O retorno às atividades físicas deve ser feito com cautela e as atividades aquáticas (natação e hidroginástica) e sem impacto são as melhores opções.